Vi uma pessoa anoréxica
Sim, todo mundo acha que já viu alguém realmente anoréxico, já chamou a perua magrela e chata do andar de baixo de bulímica e tem certeza que quase todas as modelos e atrizes das capas de revistas passam fome.
Como toda doença a anorexia deve ter gradações diversas e, conseqüentemente, as afirmações do parágrafo acima podem ou não ser todas verdadeiras.
Mas nem a perua do andar de baixo, nem as modelos e as atrizes de TV revistas chegam perto do que a Maharani testemunhou na praia.
Uma mulher tão magra, mas tão magra que não era natural. Pernas finas, muito finas, as coxas do mesmo tamanho que as rótulas dos joelhos. O short muito curto caindo nos quadris sem um pingo de gordura, nádegas zero, barriga nenhuma. Costas ossudas, as omoplatas não eram asinhas, eram asas imensas que poderiam levantar vôo sozinhas. Braços retos, sem qualquer curva, punho e parte superior de largura igual. O peito cheio de ossos, disfarçado pelos silicone - ninguém tão raquítico pode ter seios tão fartos (fartos para alguém esquelético). O rosto chupado, absolutamente seco e encovado, parecendo uma caveira. A perfeita lollypop head (cabeça de pirulito), quando a cabeça dá a impressão de ser muito maior que o corpo. Some-se a tudo isso uma pele curtida de sol e um cabelo artificialmente louro. Idade? Mais de 50, menos de 60, mas é um chute, uma pessoa desse jeito tem uma aparência velha, esquisita.
Vocês acham que é exagero?
Não, não é não.
Tinha muita gente andando na praia. Crianças bem magrelas, com aquele jeito desengonçado típico de infância; adolescentes compridas que poderiam muito bem estar nas passsarelas da vida; gringas de pernas compridas, corpos longíneos de dar inveja; corredores e malhadores de todas as idades suando loucamente para manter os corpos livres de qualquer graminha a mais; senhoras e senhores daquele tipo frágil, pequenino e magro que parece que vai quebrar com o vento.
E niguém era tão esquálido. Os paraplégicos em cadeiras de rodas, com suas pernas atrofiadas, não tinham coxas tão finas. Nunca - repetindo NUNCA - a Maharani viu alguém tão magro. Academia, favela, rua, rincões pobres do Sudeste e do Nordeste, nunca.
As únicas imagens parecidas que vêm à mente são aquelas de prisioneiros libertados dos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial ou de famélicos da Etiópia.
Assustador.
E muito triste, também.
Como toda doença a anorexia deve ter gradações diversas e, conseqüentemente, as afirmações do parágrafo acima podem ou não ser todas verdadeiras.
Mas nem a perua do andar de baixo, nem as modelos e as atrizes de TV revistas chegam perto do que a Maharani testemunhou na praia.
Uma mulher tão magra, mas tão magra que não era natural. Pernas finas, muito finas, as coxas do mesmo tamanho que as rótulas dos joelhos. O short muito curto caindo nos quadris sem um pingo de gordura, nádegas zero, barriga nenhuma. Costas ossudas, as omoplatas não eram asinhas, eram asas imensas que poderiam levantar vôo sozinhas. Braços retos, sem qualquer curva, punho e parte superior de largura igual. O peito cheio de ossos, disfarçado pelos silicone - ninguém tão raquítico pode ter seios tão fartos (fartos para alguém esquelético). O rosto chupado, absolutamente seco e encovado, parecendo uma caveira. A perfeita lollypop head (cabeça de pirulito), quando a cabeça dá a impressão de ser muito maior que o corpo. Some-se a tudo isso uma pele curtida de sol e um cabelo artificialmente louro. Idade? Mais de 50, menos de 60, mas é um chute, uma pessoa desse jeito tem uma aparência velha, esquisita.
Vocês acham que é exagero?
Não, não é não.
Tinha muita gente andando na praia. Crianças bem magrelas, com aquele jeito desengonçado típico de infância; adolescentes compridas que poderiam muito bem estar nas passsarelas da vida; gringas de pernas compridas, corpos longíneos de dar inveja; corredores e malhadores de todas as idades suando loucamente para manter os corpos livres de qualquer graminha a mais; senhoras e senhores daquele tipo frágil, pequenino e magro que parece que vai quebrar com o vento.
E niguém era tão esquálido. Os paraplégicos em cadeiras de rodas, com suas pernas atrofiadas, não tinham coxas tão finas. Nunca - repetindo NUNCA - a Maharani viu alguém tão magro. Academia, favela, rua, rincões pobres do Sudeste e do Nordeste, nunca.
As únicas imagens parecidas que vêm à mente são aquelas de prisioneiros libertados dos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial ou de famélicos da Etiópia.
Assustador.
E muito triste, também.
4 Comments:
Oi Maharani,
Vim parar aqui depois de ter lido um dos seus comentarios (muito bem escrito, por sinal) no blog da Van. Gostei da sua descricao.
Realmente, tudo isso e' muito triste. Eu li em algum lugar que a anorexia agora tb esta em alta entre as mulheres com mais idade (pelo menos aqui nos EUA). Que coincidencia, ontem eu tambem vi uma pessoa com anorexia. Nesse caso, ela tambem parecia ter mais idade, andava lentamente, estava usando luvas, chapeu e oculos escuros, como se estive tentando se esconder do mundo num dia ensolarado. Eu acho que ela mora no bairro porque essa nao e' a primeira vez que eu a vejo.
Beijos,
Regina
Como tb moro aqui na América, noto tb que aqui existe esse tipo de mulher que vc descreveu. Normalmente mais velhas e com MUITA maquiagem! E com umas roupas que ficam ainda mais estranhas por causa da magreza...
Será que é mesmo anorexia?
bjs
Regina,
seja bem-vinda e obrigada pela visita! :)
Que bom que você gostou do comentário, é de fato o que penso.
Isabella,
eu acho que a mulher que eu vi era anoréxica sim. Era apenas pele e osso.
Bjs bjs
Maharani,
Quando li seu texto estava apavorada com outra coisa que tinha visto (nao tem nada que ver com pessoa anorexica mas mexeu comigo da mesma forma que essa "visao" mexeu com vc). Eu viu uma van parada no estacionamento do supermercado com um bebe^ e uma crianca pequena dentro sem nenhum, repito, nenhum, adulto. A moca que guardava os carrinhos de supermercado me perguntou se ela estava vendo "direito" e fomos as duas verificar. Sim -- sozinhas. Esperamos uns 5 minutos e nada. Sabe aquela sensacao limite entre nao tenho nada com isso e essas criancas podem ter um treco ai' dentro??? Entre, tenho que fazer alguma coisa ou nao? Eu fiquei assim meio mole e sem saber o que fazer. A moca do supermercado foi entao tomar providencias e eu fui embora. Fiquei horas pensando se eu tinha me esquivado dos meus deveres mas por outro lado alguem responsavel pelo supermercado foi tomar providencias. Loucura nao? Enfim, como eu disse, nada que ver com anorexia mas com locura humana. Para mim e' loucura total mesmo que tivesse sido por 5 minutos (o que nao foi porque esperamos no minimo 5 minutos desde que vimos a van).
Bjs,
Leticia.
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