Andorinha é fofa, fofíssima, tem cinco anos e estuda em uma escola da zona mais ao sul da cidade que já foi um dia maravilhosa. A mensalidade é maior que salário de muito pai de família por aí e os alunos são filhos de profissionais liberais, funcionários públicos, gente com educação e algum cérebro.
Ou melhor, pouco, pouquíssimo cérebro, Tico e Teco preguiçosos.
Porque, vejam só, a direção da escola pediu aos responsáveis pelas crianças das turminhas de cinco anos que não mandassem mais suco em caixinha para a merenda, mas que colocassem o suco em uma garrafinha térmica. E não é para dar dinheiro para os fabricantes de garrafinhas térmicas da Hello Kitty ou dos X-Men. É que ao abrir a dita cuja e colocar o suco no copinho a criança desenvolve sua cordenação motora, aprende a fazer movimentos de rotação/rosca (vidro de xampu, pasta de dente), a calcular a quantidade de líquido no copo e por aí vai.
Não é frescura da escola, é pedagogia.
Sim,
Maharani, mas e daí?
Daí, pessoas, que dia desses
Andorinha chega em casa e avisa à mãe que só vai levar suco para a escola se for na caixinha, que se sente uma boba porque só ela usa a tal da garrafinha como a direção pediu.
E porque as outras crianças não levam?
Porque os pais, conforme a diretora explicou para preocupada mãe de
Andorinha, acham que dá trabalho. Cortar a caixinha, colocar o suco na garrafa e colocar a garrafa na merendeira dá trabalho.
Acreditem, é verdade.