Autismo e a dura realidade da pobreza

Prometi para a Isabella do Tem Quem Goste um post em uma blogagem coletiva sobre o Austimo.

Atrasadíssima, porque muitas vezes a vida é madrasta e as coisas estão bem complicadas por aqui.

E, também, porque lia, lia e lia sobre o assunto e fica na dúvida se poderia acrescentar alguma coisa.

Até que outro dia procurando uma coisa totalmente diferente no Google encontrei esta matéria da Época sobre autistas em cativeiro. É isso mesmo, na Bahia, famílias de baixa renda trancam seus familiares autistas durante suas crises para protegê-los e a si mesmos. Não é maldade, não é falta de amor, é desespero e desamparo.

Leiam, porque é impressionante.

E leiam, porque é um retrato, mais um, do que é o Brasil e do que é a realidade do portador de um distúrbio do desenvolvimento, o que é caso do autismo, em um país do Terceiro Mundo. Sim, Terceiro Mundo, com todas as letras. Por mais que a Veja e o Lula digam e tentem provar o contrário, cada uma sua maneira, país que trata seus cidadãos mais fracos e mais desprotegidos dessa forma é de quinta.

Esse definitivamente não é o post que eu planejei, mas espero que ajude as pessoas a entenderem um pouquinho mais sobre o assunto.

FAQ rápido sobre autismo da mesma matéria, que é de Tânia Rodrigues.

Dúvidas e idéias erradas sobre o autismo:

Autismo é uma doença mental? Não. É um distúrbio do desenvolvimento causado por uma falha do crescimento do cérebro. Há autistas com deficiência mental e outros superdotados (a chamada “síndrome de Asperger”).

Quantas pessoas são autistas?
Não existem estatísticas oficiais. Mas, segundo estudos americanos, há um autista para cada 150 pessoas. Assim, o Brasil teria mais de 1 milhão deles. Apenas 50 mil teriam sido diagnosticados.

Como reconhecer um autista?
Dentro do espectro autista, existem características comuns. O autista tem dificuldade de se relacionar socialmente e problemas com a linguagem. Outro ponto comum são os movimentos e a emissão de sons repetitivos.

O que causa o autismo?
Não se sabe exatamente. Fala-se em excesso de testosterona na gravidez, inflamação cerebral e outras causas. Mas a tese mais aceita hoje em dia é de que ele seja genético, transmitido por uma combinação de genes.

Autismo tem cura?
Fonoaudiologia, terapia comportamental ou psicomotora e educação específica ajudam a levar uma vida quase normal. Até os mais comprometidos aprendem tarefas mecânicas. O diagnóstico precoce é fundamental.